Encantadora de Baleias

O belíssimo filme neozelandês “ Encantadora de baleias” nos apresenta a história da pequena “Pai”, uma menina de somente 11 anos que perdeu o irmão gêmeo e a mãe ao nascer, foi abandonada pelo pai e acaba sendo criada pelo avô chefe da tribo dos maoris e que é descendente de um Semi Deus que havia cruzado o mar nas costas de uma baleia. Segundo a tradição local o sucessor do velho Kaori deve ser um de seus descendentes diretos e homem para prosseguir perpetuando os costumes e as tradições dos maoris, mas seu filho havia abandonada a tribo e seu neto falecido, sua única família é sua neta, mas ele nem considera a possibilidade de passar a liderança da tribo para a menina, simplesmente por ela ser mulher.

“Pai” ama o avô e respeita as tradições, então no intuito de manter sua cultura viva começa a aprender, escondido de Kaori, tudo o que um líder maori deve saber, conhecimentos que apenas homens tinham acesso. Ao mesmo tempo o velho líder procura um substituto entre os jovens da tribo, mas é claro que em determinada parte seu avô descobre seu plano e ela terá que provar sua capacidade.

Acredito que ao ser assistido por educadores e educandos uma das principais discussões que o filme promove é o processo de aculturação promovido por nosso mundo globalizado, pois quando perdemos nossas referências culturais acabamos perdendo também nossa história, e mesmo pensando e agindo de formas diferentes, avô e neta tem a mesma intenção: manter vivos os costumes, a tradição e a cultura de seu povo.

Outro ponto importante a ser levado em consideração é o papel da mulher na sociedade, a jovem “Pai” percebeu logo cedo que seria capaz de aprender os ofícios e ter a mesma responsabilidade de um homem em sua tribo, e em nossa sociedade contemporânea a mulher vem se destacando em todas as áreas, provando ter capacidade para liderar não somente suas casas, mas também empresas e nações.

Além das lindas imagens, o filme nos apresenta o talento da jovem Keisha Castle-Hughes, que por sua excelente atuação foi indicada ao Oscar de Melhor atriz, o filme também venceu a 27ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.



 
Escrito por Lucyano Jorge

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